Archivos Mensuales: octubre 2009
Se Llama Copla – 2009/2010 – Gala 6 – 24.10.2009
Convidada: Maria GRACIA, sevilhana e afilhada de Carmen SEVILLA, conhecida pela sua colaboração consistente e desinteressada na actividade de várias ONG.
Esteve atenta, e foi clara e pertinente nos seus comentários. Foi equilibrada e positiva na atribuição de pontuações, cumprindo assim com distinção a principal missão do membro convidado. Uma grande senhora!
Pepe GOMEZ continua a estabilizar o seu desempenho, que uma vez se pode qualificar de impecável. A inteligência e justiça com que pontuou Mercedes RIOS – em manifesta e justificada dissensão com Maria JIMENEZ e Hilário, que não ousaram dar 9 – foram decisivas para que a algecirenha fosse a melhor classificada da noite. Coincidindo esta gala com o dia do seu aniversário, daqui o felicitamos e lhe desejamos uma vida longa, sã, e feliz.
Maria JIMÉNEZ não se encontrava em boa forma física, e assegurou a sua presença à custa de e manifesto esforço. Desejamos-lhe pronto restabelecimento.
Hilário prosseguiu a sua missão com a segurança que a sabedoria e longa experiência lhe permitem.
Ao contrário do que ocorria com os júris das passadas edições, são patentes a falta de coesão e a distância entre os membros deste júri, que até num detalhe menor se notam: no final da gala, quando todas as válvulas se abrem e os candidatos descarregam reunindo-se no palco o stress acumulado ao longo da noite, a ausência dos membros do júri contrasta com o que se passava nas edições precedentes.
A experiência de Hilário e a rápida aprendizagem de Pepe GOMEZ têm porém permitido assegurar um confortável nível de coerência, o que se reconhece e agradece.
Pive esclareceu de forma pedagógica e convincente a motivação da sua decisão de enviar Maria Jesús ao desafio na semana passada. Numa curta declaração, manifestou o seu desacordo pela demasiada insistência que alguns membros do júri colocam no “trabalho”, explicando que o génio e o talento são insuperáveis através do simples exercício. Partilhamos inteiramente o seu ponto de vista.
Os resultados do excelente trabalho de Marietta CALDERÓN são visíveis na forma como os candidatos progridem em termos coreográficos, e o investimento de Raquel GARCIA vem sendo sucessivamente comprovado ao longo do programa. Lamentamos que nas noites de gala não seja dado a ambas o destaque (pelo menos profissional) que merecem. Daqui as cumprimentamos pela excelência do trabalho que executam!
Os bailarinos continuam excelentes, e o desempenho de Cristina enriqueceu imenso a “Niña de fuego” interpretada por Laura LARREA, e foi de cortar a respiração.
O Reverendo Padre Medina desapareceu do cenário, o que se aplaude e nos permite retirá-lo do rol de referências obrigatórias.
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Como Hilário oportunamente referiu, foi uma noite de obras-primas, em que no nosso modesto entender se destacaram particularmente:
Selene MOLINA, que de forma intensa mas intimista cantou se entregou totalmente a “Torre de arena”. Teve alguns problemas de controlo da respiração, que superou graças ao dominio que tem de si própria. Cada vez mais admiramos a resiliência psicológica e o impressionante self control de Selene, cuja resistência à adversidade é tanto mais admirável quanto se trata de uma jovem de tão só dezasseis anos.
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Juán Carlos, numa interpretação correctíssima da velha “Campanera“, enriquecida por uma excepcional prestação coreográfica.
María Jesús DURÁN brilhou e pontuou cantando “Clavá en mi amargura“, uma copla pouco divulgada estreada em 1959 por Marifé de Triana, o que é tanto mais meritório quanto sabemos que os telespectadores são mais sensíveis aos temas conhecidos.
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À última gala excepcional para Mayka GARCIA, sucedeu uma gala muito difícil. Coube-lhe interpretar “Yo soy… esa“, o que, no nosso entender, levou a cabo com bastante mais brilho do que os 27 pontos que obteve do júri permitem supor. Luziu um belissimo vestido criado por Luchi CABRERA, e foi salva do desafio por Pive AMADOR, o que mereceu aplausos dos presentes, a que nos associamos.
Abraham RUIZ caiu no desafio por vontade do público (e de Pive AMADOR), apesar da sua interpretação correctíssima de “El Maletilla”. Não teve qualquer dificuldade em vencer a desafiante Montse IGLESIAS, voz prometedora, mas por enquanto inexperiente e insegura.
Incidentalmente, é interessante comparar o descontrolo emocional de Abraham com os nervos de aço de Selene, pois ilustram a palete de tipos humanos que Se Llama Copla apresenta ao público, e constituem uma das razões do extraordinário sucesso do concurso.
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As melhores presenças da noite foram:
Sandra ARCO, que nos impressionou sobremaneira interpretando “Calle Elvira“, uma fabulosa composição inspirada num poema de GARCIA LORCA. Tem o estofo dos grandes artistas, transfigura-se cantando, e mesmeriza a audiência. Auguramos-lhe uma carreira excelente dentro e fora do concurso.
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Alejandra RODRÍGUEZ mais uma vez colocou a sua inimitável cor de voz ao serviço de “Mentira y maldad“, um belíssimo texto de Rafael de LÉON. Ritmo impecável, versatilidade invejável, bom gosto, contenção inteligente. Perfeita!
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Laura María LARREA arrebatou o publico e os telespectadores com uma magistral interpretação da “Niña de Fuego“. Vestido distintíssimo de Amparo MACÍA.
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E é ainda com um grande prazer que este blog se congratula pelo sucesso alcançado por Mercedes RÍOS! Cantou “En tierra estraña” com a delicadeza, a classe e a distinção que a caracterizam. Os 35 pontos que o júri lhe atribuiu pecaram por curtos, mas os telespectadores corrigiram eficazmente. Vestido de impressionante elegância e sobriedade de Petro VALVERDE.
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EM CONCLUSÃO: OBRIGADO ANDALUZIA POR MAIS UMA GRANDE, GRANDE GALA!
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Se Llama Copla – 2009/2010 – Gala 5 – 17.10.2009
Se Llama Copla honrou os seus mais de um milhão de telespectadores convidando Dolores ABRIL, distinta senhora da musica e do cinema espanhóis, grande mulher que dedicou grande parte da sua vida a Juanito VALDERRAMA, homem de discreta estatura física, mas de grande porte artístico e nobre carácter.
Dolores ABRIL despediu-se deliciando-nos com uma brilhante interpretação de “La Parrala“.
Pepe GOMEZ surpreendeu-nos muito positivamente: atento, observador, rigoroso. Descreveu a sua grelha de avaliação, que nos pareceu pertinentes e equilibrada. Prodigou comentários e recomendações a todos os candidatos que os requeriam, e aqui lhe deixamos apreço e admiração. Também o aplaudimos sem reservas quando não partilhou a severidade aplicada pelos colegas à actuação de Selene – que criticou justamente – mas a quem não deixou de dar um sinal forte de estímulo.
Maria JIMÉNEZ continua amodorrada em prudente mas inoperante reserva. Limita-se a pontuar as actuações dos candidatos e a recomendar-lhes que “trabalhem” (“que se lo curren“), sem aportar qualquer contributo apreciável ao programa.
Hilário persiste em encorajar os candidatos, criticando-os sempre de forma positiva, competente, elegante, bem disposta e com o recuo típico de quem já viu muito, de quem dificilmente se pode surpreender. Apreciámos a forma cirúrgica (mesmo algo sibilina – sem ofensa!) como pontuou Laura Maria.
Pive esteve bem e foi pertinente ao decidir de forma a proporcionar aos telespectadores um bom desafio.
O Reverendo Padre Medina mostrou-se ainda mais discreto. Esperamos que a laicização integral regresse rapidamente a Se Llama Copla.
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Destacaram-se nesta Gala nr. 5 :
Sandra ARCO estreou-se bem cantando “Cárcel de Oro”. Demonstrou que não fará concorrência a Mercedes RÍOS no estilo piqueriano.
María Jesús DURÁN tirou belíssimo partido do pasodoble “Patio Banderas”. Viu-se segura, cheia de vontade… e feliz! Desejamos-lhe os maiores sucessos!
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Mercedes RÍOS: cantou muitíssimo bem “Madrina” (pereceu-nos que Hilário desconhece a intensa actividade passada de Mercedes, dedicada ao culto de Concha PIQUER). Mercedes persiste nas manifestações de quase-hostilidade ao Júri, que carecem sentido e oportunidade. Recomendamos-lhe alguma reflexão sobre a volatilidade da opinião das massas, pois parece-nos que está persuadida da infalibilidade do apoio que lhe têm proporcionado.
Laura María LARREA que cantou “La luna me engañó” com muita graça, alegria e perfeição técnica.
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As melhores presenças da noite foram
Mayka GARCIA, que teve uma noite excepcional: passeando um esplêndido vestido de Cañavate, deliciou-nos com a sua preciosa interpretação de “Los Peregrinitos“, e a felicidade imensa com que o – aparentemente inesperado – pedido de casamento a inundou foi sentida e partilhada por milhões de telespectadores. Talvez pareça um lugar comum, mas um serviço público de televisão que transmite felicidade merece o imenso sucesso que tem!
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Álvaro LÓPEZ, cuja interpretação de “Antonio Vargas Heredia” foi intimista, pessoalíssima, e de altíssima qualidade interpretativa.
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Alejandra RODRÍGUEZ continua a progredir em requinte interpretativo, em fusão com os textos e com a orquestra. Cantou a magnifica zambra “No puedo vivir contigo”, e fê-lo de forma exímia.
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Se Llama Copla – 2009/2010 – Gala 4 – 10.10.2009
Convidada: Nuria FERGÓ. Cantora e actriz andaluza de Nerja (província de Málaga), foi lançada no mundo do espectáculo por uma das edições da “Operação Triunfo”. Leve, conciliadora, inconsistente, adepta manifesta de soluções fáceis e insusceptíveis de gerarem controvérsias.
No momento em que pontuou Alejandra com um 9, hesitámos em deduzir se seria decisão pessoal ou obediência a instruções superiores. Quando mais tarde deu um 10 manifestamente excessivo, compreendemos que o 9 traiu reacção atávica à excelente prestação da candidata. A nossa convicção foi reforçada após ouvirmos cantar Nuria FERGÓ e constatarmos a plasticidade artificial da sua interpretação, cuja qualidade inferior não permite sequer comparação com a de Alejandra RODRIGUEZ.
Pepe GOMEZ continua desatento, distante e inconsequente na motivação das suas decisões de pontuação. Teve um momento inteligente e brilhante, ao invectivar Laura LARREA a respeito dos efeitos perversos das falsas controvérsias entre candidatos que Eva GONZALEZ (ou a realização?) não resiste a tentar explorar.
Maria JIMÉNEZ continuou reservada e comedida, e parece que a reserva e a contenção prejudicam a sua capacidade critica. Limitou-se a proferir banalidades sobre as prestações dos candidatos.
Hilário esteve muito bem, e suprir com competência e sentido de oportunidade a falta de intervenção dos seus colegas.
Pive continuou a fruir da tranquilidade responsável da função que se cometeu, e a sua decisão de salvar Selene MOLINA foi perfeitamente judiciosa.
O Reverendo Padre Medina continuou discreto, ainda que desnecessariamente presente.
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Destacaram-se nesta Gala nr. 4 :
Mayka GARCIA, que cantou “Trece de Mayo “ com grande aprumo, intensidade e sentido estético.
Mercedes RIOS defendeu muito bem “Rondalla de celos “, copla difícil, com letra elaboradíssima, exigindo as capacidades interpretativas de que Mercedes deu provas. Luziu vestido original e elegantíssimo de Pedro VALVERDE.
Laura LARREA continua muitíssimo bem, a sua interpretação de “Capote de grana y oro“, se bem que não inovando, foi tecnicamente irrepreensível. Vestido espectacular de Cañavate.
Maria de Jesus DURÁN passou com boa nota a sua primeira prova cantando uma “Soleá” contida mas muito correcta. Gostámos da voz, da prudência, da originalidade.
Carolina BARROSO – a deliciosa “Carrerilla“, elegantemente vestida por François DI GUARDIA – não resistiu à fatidica copla “Ay Maricruz” (e não foi a primeira!), o que trouxe a jiennense Sandra ARCO a Se Llama Copla e afastou uma das pessoas mais simpáticas que até agora passaram pelo palco do concurso. Desejamos a Carolina as maiores felicidades e sucessos, e uma longa estadia à nova concorrente.
Não podemos também deixar de dar nota a Abraham – bastante negativa – pela infeliz intervenção encomiástica claramente destinada a “passar lustro” – impróprio e imerecido – a Maria JIMENEZ. Abraham cantou muito bem, e a operação de marketing em que se lançou, além de desnecessária (quem sabe mesmo se contraproducente?), foi auto-ofensa à sua própria dignidade.
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Sempre no nosso modesto entender, as melhores presenças da noite foram
Selene MOLINA, a quem Piveconfiou a imensa responsabilidade de interpretar “El Zorongo“, sendo impossível dissociar a sua prestação da sua idade. Pive arriscou, e consideramos que Selene correspondeu muito para além do que seria exigível de uma jovem com 16 anos. Estamos certos que GARCIA LORCA – onde quer que esteja – se extasiou ouvindo-a.
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Alejandra RODRIGUEZ (magistralmente vestida por Aurora GAVIÑO), cada vez mais segura e intensa, deu-nos uma versão preciosa de “La niña de Punta Umbría“. Bafejada por um dom natural que lhe permite a imersão completa nas peças que canta, Alejandra revela-se a grande descoberta desta edição de Se Llama Copla. Esteve particularmente bem na prudência que aplicou evitando envolver-se em controvérsias estéreis sobre a sua decisão de salvamento da semana passada, mantendo-a e justificando-a sem hesitar.
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As belissimas coreografias a que pudémos assistir nesta Gala merecem relevo especial, e daqui saúdamos a coreógrafa Marietta CALDERÓN e os três bailarinos.
Gostariamos também de realçar que, por feliz coincidência, o conjunto das peças de costura produzidas pelos estilistas que colaboram com Se Llama Copla formou desta vez um belissimo quadro, cuja harmonia geral e excelência estética ficarão nos anais do concurso.
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